sexta-feira, 17 de junho de 2011

História da Psicologia e suas Idéias

A Grécia antiga é considerada o berço da cultura ocidental por lá terem se desenvolveram a filosofia, a matemática, a ciência, a política, a arte e outros campos do conhecimento e do agir humano, incluindo aí a psicologia. Segue abaixo um incrível podcast sobre este enorme legado deixado e um texto que explana, para melhor entendimento, a psicologia de forma geral a psicologia desde o seu surgimento até os dias atuais.



A PSICOLOGIA ENTRE OS GREGOS: OS PRIMÓRDIOS

        
è Com a evolução dos povos e as construções das primeiras cidades, crescimento, riquezas para a arquitetura, agricultura e a organização social houve os avanços na Física, Geometria, nas teorias políticas.
è Esses avanços permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a Filosofia, e a Arte.


Filósofos gregos – tentativa de sistematizar a PSICOLOGIA

Termo Grego -> Psyché = alma      Estudo da alma

      Logos   = razão

A alma ou espírito era concebido como parte imaterial do ser humano e englobaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.

Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção.

è Havia uma oposição entre os idealistas e os materialistas.


Sócrates (469-399 a.C.) -> Psicologia na antiguidade ganha consistência:

Limite que separa o homem dos animais -> razão
Esta teoria postulava que, a razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos que seria a base da irracionalidade.
Platão (427 – 347 a.C) -> Discípulo de Sócrates.

Procurou definir um “lugar” para a razão no nosso próprio corpo, e este lugar seria a cabeça, onde portanto se encontraria a “alma” do homem.
A medula seria, portanto o elemento de ligação da alma com o corpo. Este elemento de ligação era necessário porque Platão concebia a alma separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria (o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar o outro corpo.



Aristóteles (384 – 322 A. C) -> Discípulo de Platão.

Postulava que tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua “psyché” ou “alma”. Desta forma , os vegetais, os animais, e o homem teriam alma.

Estudou as diferenças entre RAZÃO, PERCEPÇÃO E SENSAÇÃO -> “Da anima” que pode ser considerado o 1º tratado em Psicologia.



2.300 anos antes do advento da Psicologia científica os Gregos já haviam formulado duas “Teorias”:
 platônica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo,
 aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.

A PSICOLOGIA NO IMPÉRIO ROMANO E NA IDADE MÉDIA:


Uma das principais características desse período é o aparecimento e desenvolvimento do cristianismo – uma força religiosa que passa a força política dominante.
Portanto, falar em psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso, já que, ao lado do poder econômico e político, a igreja católica também monopolizava o saber e, conseqüentemente o estudo do psiquismo.


Neste sentido, dois grandes filósofos representaram esse período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225- 1274).


Santo Agostinho, inspirado em Platão também fazia uma cisão entre alma e corpo, acrescentando que a alma era, além da sede da razão também a prova de uma manifestação divina no homem.


São Tomás de Aquino viveu num período que prenunciava a ruptura da Igreja Católica, e o aparecimento de protestantismo – uma época que preparava a transição para o capitalismo, com a revolução francesa e a revolução industrial na Inglaterra.

 Essa crise econômica e social leva ao questionamento da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela; sendo necessário encontrar novas justificativas para a relação entre Deus e o homem.

São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência, postulando que o homem, na sua essência, busca a perfeição através da sua existência; sendo que essa busca do homem pela perfeição só seria possível pela busca de Deus.

A Psicologia no Renascimento

Renascimento ou Renascença, marca o início de uma época de transformações radicais no mundo europeu.

 A transição para o capitalismo começa uma nova forma de organização da vida econômica e social, acontece então um processo de valorização do homem, e as transformações acontecem em todos os setores da produção humana.


# 1300 - Dante escreve “A Divina Comédia”.

# entre 1475 e 1478 – Leonardo da Vinci pinta o quadro “Anunciação”.

# 1484 – Boticelli pinta o “Nascimento de Vênus”.

# 1501- Michelangelo esculpe o “Davi”.

# 1513- Maquiavel escreve “O Príncipe”, obra clássica da política.


As ciências conhecem um grande avanço. O conhecimento tornou-se independente da fé, os dogmas da Igreja foram questionados.

A Racionalidade do homem apareceu, então como a grande possibilidade de construção de conhecimentos.
Esse avanço na produção de conhecimentos propicia o início da sistematização do conhecimento científico.






A ORIGEM DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA:


Sociedade Feudal

Modo de produção voltado para a subsistência, sendo a terra a principal fonte de produção.
Hierarquia rígida estabelecida, não havendo mobilidade social:- relação senhor x servo.
          Autoridade tinha crédito da verdade.



     Capitalismo

O universo foi posto em movimento.
O homem passou a ser concebido como um ser livre, capaz de construir seu futuro.
Questionou-se a hierarquia.
O servo, liberto de seu vínculo com a terra, pode escolher seu trabalho e seu lugar social.
A racionalidade do homem tornou-se grande possibilidade de construção do conhecimento.
O conhecimento tornou-se independente da fé.
A burguesia, que disputava o poder e surgia como a nova classe social e econômica, defendia a emancipação do homem para emancipar-se também.
Era preciso questionar a natureza como algo dado para viabilizar a sua exploração em busca de matérias-primas; desta forma eram dadas às condições materiais para o desenvolvimento da ciência moderna.

Sendo então: O conhecimento como fruto da razão.

                       A possibilidade de desvendar a natureza e suas leis pela observação rigorosa e objetiva.

                       A necessidade dos homens construírem novas formas de produzir conhecimento, que não fossem estabelecidos pelos dogmas religiosos e/ ou pela autoridade eclesial.

                      Houve a necessidade da Ciência.


SÉCULO 19:

Em meados deste século, é que os problemas e temas da psicologia, que até então eram estudados exclusivamente por filósofos, passam a ser, também, investigados pela fisiologia e pela Neurofisiologia.

Os avanços nesta área levaram a formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos deste sistema.

O capitalismo trouxe consigo também “a máquina”. Todo o universo passou a ser pensado como uma máquina, isto é, podemos conhecer o seu funcionamento, a sua regularidade, o que nos possibilita o conhecimento de suas leis. Essa forma de pensar atingiu também as ciências do homem.

Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro.

Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.



A PSICOLOGIA CIENTÍFICA

A psicologia moderna nasceu na Alemanha no final do século 19, na universidade de Leipzig, com Wundt, Weber , Fechner, e o inglês Edward B. Tichner, e o americano William James.

Seu status de ciência  é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia, e desta forma sob os novos padrões de produção de conhecimento, passam a :

1.   definir seu objeto de estudo ( o comportamento, a vida psíquica, a consciência);
2.   delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras àreas de conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia;
3.   formular métodos de estudo deste objeto;
4.   formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.

Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica, isto é, deve-se buscar a neutralidade do conhecimento científico, os dados devem ser passíveis de comprovação, e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas na área.

Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, na vanguarda do sistema capitalista, surgindo as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, que são:


Funcionalismo, de William James (1842-1910).

Estruturalismo, de Edward Titchner (1867 – 1927).

Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1947 – 1949).


O Funcionalismo

Para o Funcionalismo o que importa responder: “o que fazem os homens” e “porque o fazem”.
E para responder isto, W. James elege a consciência como o centro de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento, na medida em que o homem a “usa” para adaptar-se ao meio.

O Estruturalismo
A preocupação do estruturalismo também é a consciência, mas de forma diferente Titchner, irá estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como estrutura do sistema nervoso central; e prevalece o método de observação, sendo os conhecimentos psicológicos produzidos eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
Esta escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Titchner, seu seguidor, que usou o termo estruturalismo para diferenciá-la do Funcionalismo.

O Associacionismo
Edward L. Thorndike revelou sua importância através da formulação da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia.
O termo associacionismo tem origem da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias – das mais simples às mais complexas.
Thorndike formulou a Lei do Efeito, que viria a ser de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato, etc) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado(efeito) após sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com outras semelhantes.


AS PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA NO SÉCULO 20

As três mais importantes tendências teóricas da Psicologia neste século são:

Behaviorismo ou Teoria S-R (Stimuli –Respond / Estímulo – Resposta)- Nasce com Watson, nos Estados Unidos e tornou-se importante por ter definido o fato psicológico de modo concreto, a partir da noção de comportamento.

Gestalt- Nasce na Europa e, postula a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade.

Psicanálise- Nasce com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recupera para a Psicologia a importância da afetividade e postula o inconsciente como objeto de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como a ciência da consciência e da razão.

Bibliografia
BOCK, ANA M. BAHIA / FURTADO, ODAIR / TEIXEIRA, MARIA DE LOURDES TRASSI.  PSICOLOGIAS : UMA INTRODUCAO AO ESTUDO DE PSICOLOGIA. SAO PAULO, BR : SARAIVA. 1995



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