sábado, 18 de junho de 2011

Minha ótica em foco



Motivação na Organização


     Pesquisando na internet sobre o assunto encontrei este artigo, que aborda a motivação sobre a ótica de várias tendências psicológicas. É um pouco extenso mas é bem suncinto e de fácil compreensão.


      Motivação é um termo que vem sendo empregado, geralmente, para designar os impulsos ou motivos que levam o ser humano a agir e vem sendo muito estudado por diversas correntes teóricas, principalmente pela psicologia, pressupondo que está intimamente ligado ao objeto de estudo dessa ciência: oser humano (WITTER; LOMÔNACO, 1984, p. 38).



      Para os behavioristas, que estudam o comportamento como sendo condicionado a estímulos, o homem ou mesmo um animal só emite algum comportamento se ele for recompensado (motivado) por alguma coisa ou alguém. Sem essa motivação ou estímulo, ele não emite comportamento nenhum, pois "o que motiva o comportamento são as conseqüências dos efeitos produzidos pelo comportamento passado do indivíduo, ou seja, a recompensa ou punição recebida” (AGUIAR, 1981, p. 143).



    Já teoria cognitivista, segundo Aguiar (1981, p.143), sugere que os indivíduos têm metas ou objetivos e que lutam para atingi-los, ou seja, o próprio objetivo é a motivação que o impele a agir. Kurt Lewin, o teórico que mais contribuiu sobre esse assunto na corrente cognitivista, sugeriu o contrário dos behavioristas: o comportamento humano não é condicionado a situações que este viveu no passado, mas pelos eventos que existem no momento em que o comportamento ocorre.

    Freud aborda a motivação relacionando-a com os instintos, que segundo a sua teoria, são as fontes de energia que move o homem. Assim, Freud explicita o determinismo biológico, pois para ele, os instintos (libido) que são herdados determinam o comportamento humano (AGUIAR, 1981, p.143). Entretanto, ao relacionar a motivação com os instintos, Freud mostra que as pessoas nem sempre têm consciência da motivação de suas ações, que muitas vezes são comandadas pela necessidade de liberação dos instintos. Ele enfatiza também a questão de dependência que o comportamento adulto mantém em relação às experiências vividas na infância. A ênfase dada ao passado e aos instintos caracteriza a abordagem histórica e o determinismo biológico da teoria psicanalítica (AGUIAR, 1981, p. 143-144). De acordo com Aguiar (1981, p. 144), Maslow foi um teórico que muito contribuiu no estudo da motivação humana. Sua abordagem tem origens no funcionalismo, no holismo da psicologia gestáltica e no dinamismo psicanalítico, considerando assim o ser humano em sua totalidade, com ênfase à integração dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais.



      A idéia central da teoria de Maslow é a existência de uma hierarquia das necessidades humanas, sendo que, apenas quando as necessidades inferiores forem satisfeitas, pelo menos em parte, é que surgirão as necessidades superiores. As necessidades humanas foram divididas formando a conhecida 'pirâmide de Maslow'. Na base da pirâmide estão as Necessidades Fisiológicas, que são as necessidades básicas do ser humano. Quando uma pessoa está carente de muitas coisas (comida, segurança, amor, etc.), as necessidades fisiológicas serão sua motivação principal. Se um indivíduo está com fome, todas as suas capacidades estarão voltadas para esse problema a fim de resolvê-lo. Assim, "os receptores e efetores, a inteligência, a memória e os hábitos podem ser definidos simplesmente como instrumento de gratificação da fome. As capacidades de que não são úteis para esse objetivo permanecem inativas e todos os desejos e interesses são esquecidos ou colocados em plano secundário." (AGUIAR, 1981, p.145).



À medida que as necessidades fisiológicas são satisfeitas surge as Necessidades de Segurança, que incluem estabilidade, proteção e ausência de medos, ameaças e ansiedades. Quando essas necessidades estão dominando o ser humano, passa a ser sua preocupação central satisfazê-las. O indivíduo põe todas as suas capacidades trabalharem em torno de sua segurança, sendo este seu objetivo principal. O homem necessita de amor, de amar e ser amado, de se relacionar, de afeto e, em certos momentos, essa necessidade se torna preponderante na vida do homem. A agitação da vida atual, determinada pela industrialização, dificulta a satisfação dessa necessidade, que é a de Afiliação e Amor. Segundo Maslow (apud AGUIAR, 1981, p. 145.), a não-satisfação dessa necessidade pode provocar um sofrimento que tem a mesma intensidade do sofrimento físico de uma pessoa faminta. A Necessidade de Estima é composta por necessidades cuja satisfação está diretamente relacionada à própria pessoa (necessidade de realização, adequação, independência, competência, confiança em enfrentar o mundo e de liberdade) e necessidades cuja satisfação depende da ação externa (necessidade de reputação, prestígio, status, poder, reconhecimento, apreciação, dignidade, atenção).



     Segundo Maslow (apud AGUIAR, 1981, p.145), necessidades de autoestima, auto-avaliação e estima dos outros são fundamentais em todos os seres humanos e a satisfação dessas necessidades leva a sentimentos de autoconfiança e de ser útil e necessário no mundo; enquanto que a nãosatisfação leva a sentimentos de inferioridade, falta de coragem. Outra necessidade que surge após a satisfação das demais é a de Auto- Atualização, que se refere ao desejo que as pessoas tem de desenvolver seu potencial. Está relacionada à curiosidade e envolve as necessidades de autorealização e de segurança, envolvendo o desejo de compreender, sintetizar, organizar, analisar, procurar relações e significados e de construir um sistema de valores. E por último, surge as Necessidades Estéticas completando a pirâmide com a busca do belo. Os seres humanos raramente atingem um estado de inteira satisfação. Sempre que uma necessidade é satisfeita, outra surge impulsionando o indivíduo a agir, pois a natureza da motivação é instável. Apesar de diferentes conceitos de motivação, sendo que nenhum é aceito universalmente, uma vez que várias correntes filosóficas e psicológicas a têm estudado, acredita-se em geral, que se trata de algo não observável diretamente; apenas inferimos sua existência observando o comportamento (MURRAY, 1978, p.20). O importante é notar que em quase todas as definições, senão em todas elas, se encontram implícitas ou explícitas a idéia de desejos, metas, objetivos, impulsos, necessidades, entre outros fatores (LOPES, 1980, p.14-15). Considerando que a motivação seja, então, o impulso que leva o homem a agir, surge uma grande discussão a respeito da influência da motivação no trabalho do homem. Para Likert (apud CORADI, 1998, p. 52), a administração de recursos humanos de uma organização é o principal desafio para o alcance de seus objetivos, sendo que a motivação, neste caso, é um forte aliado para um desenvolvimento satisfatório.



      Segundo Coradi (1998, p. 52), os fatores fundamentais da teoria de Likert são: a) para um desempenho global na organização, é necessária a existência de um clima de confiança recíproca entre todos seus membros; b) o estado de alta motivação deve ser atingido a fim de afetar positivamente o desempenho da organização. Para que este fato ocorra, a organização deve se preocupar com aspectos como: reconhecimento, aspectos de segurança, desejo de desenvolver novas experiências, entre outros; c) as medidas de desempenho devem ser utilizadas para autocontrole e não para criar controles rígidos e hostis às pessoas, com o risco de inibir a motivação para o trabalho. Likert afirma ainda que com as condições acima preenchidas, os funcionários se sentiriam valorizados pelos superiores e pela organização e, em troca dessa valorização atingiriam padrões aceitáveis de desenvolvimento e desempenho (CORADI, 1998, p. 52).



     A fraca ou a falta de motivação dos trabalhadores, segundo Levy ([S/D], p.48), pode ocasionar baixa produtividade, conflitos pessoais, greves, faltas ao trabalho, entre outros. Por outro lado, se o trabalhador for motivado, isso pode estimular sua criatividade, proporcionar um bom desempenho profissional, espírito de grupo, maior empenho no cumprimento de seus deveres, aumento da auto-estima, dentre outros fatores. Herzberg (apud AGUIAR, 1981, p. 161), em sua teoria da motivação no trabalho, faz a distinção entre motivação e satisfação no trabalho. Denomina de fatores higiênicos os fatores que levam à satisfação no trabalho e estes estão relacionados com as condições em que o trabalho é realizado. Já os fatores motivacionais são aqueles que estão diretamente relacionados com a tarefa ou o trabalho a ser realizado e influenciam diretamente a produtividade dos membros da organização. Herzberg (apud AGUIAR, 1981, p. 161) define a supervisão, as relações interpessoais, as condições físicas no trabalho, o salário, a política organizacional, os processos administrativos, o sistema gerencial e benefícios e a segurança no trabalho como sendo os fatores higiênicos. Esses fatores são necessários, porém não são suficientes para promover a motivação e a produtividade dos membros da organização. Se houver deterioração de qualquer desses fatores abaixo do nível aceitável pelo membro da organização, surgirá a insatisfação, levando a formas de atitudes negativas. Indica como fatores motivacionais a liberdade, a responsabilidade, a criatividade e a inovação no trabalho.



      Os fatores que levam à formação de atitudes positivas no trabalho, ou seja, os fatores que motivam os indivíduos, são os que possibilitam a satisfação de sua necessidade de auto-realização no trabalho, pois, “é na realização da tarefa que o indivíduo deverá encontrar a forma e os meios de desenvolver sua criatividade, de assumir a responsabilidade de ser independente e livre. É na tarefa, portanto, que o indivíduo será motivado.” (AGUIAR, 1981, p. 161) Ao lidar com os fatores higiênicos, promovendo melhores condições de trabalho, as conseqüências serão uma maior aceitação da organização por parte de seus membros, diminuição da rotatividade e manutenção de um padrão de produtividade estável, entre outros fatores. Não resultarão, contudo, em aumento de motivação, mas criarão as condições necessárias para que as pessoas venham a ser motivadas. (AGUIAR, 1981, p. 162).







FRAGMENTO RETIRADO DO ARTIGO:



CARAVIERI, Dayane; SILVESTRE, Adriana. Motivação na Organização: Um aumento da produtividade e da auto-estima e melhora dos relacionamentos dentro de uma industria do setorcalçadista da cidade de franca.

LINK: http://unifacef.com.br/novo/publicacoes/IIforum/Textos%20IC/Dayane%20e%20Adriana%20Gera.pdf

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